Quem é mesmo o dono de quem ?

Ouço vozes a falar, elas são felizes, reconheço que são crianças brincando, transmitindo sua felicidade em ação. Preciso aprender com elas.
De um modo incomum, pergunto-me onde anda minha voz, com quem eu a deixei?
Sempre tão prolixa, hoje as palavras me fogem de maneira sutil. Há algo dentro de mim desejando, gemendo, procurando um lugar pra se aquecer de modo gentil.
De todos os modos sentia-me sozinha, um ponto esquecido no universo, em busca de alguém, seja quem fosse.
Perdi minha identidade peculiar nessa busca incessante por algo, talvez, inexistente nesse espaço-tempo caótico em que se vive.
Preciso novamente da inocência, alegria, vivacidade.
Algo pra ter, sem pudor, conquistar.
Vou atrás, sei que ainda encontro o que tanto busco:
O coração.